quinta-feira, 4 de abril de 2013

Dia O4


Seria insensível demais de minha parte não te escrever hoje. Faço isso a exatos três meses, mas hoje não havia motivos para continuar com essa rotina de textos imensos e exacerbados que preenchiam todos nossos dias 04. Porém, faltando alguns minutos para que o dia chegasse ao fim, e deixando pela primeira vez que minha mente pensasse livremente em você, sem tentar contê-la, ou limpá-la… Me dei conta de que talvez, apenas talvez, ainda seja cedo demais para dizer que superei. Cedo demais para deixar de lado o maldito costume de todo dia 04, começar um texto dizendo: Meus começos são todos horríveis. Desculpe por isso.
Querendo ou não, você é importante para mim. Querendo ou não, você faz parte da minha vida, e por mais raiva que eu venha a nutrir por você e por essa sua covardia, ainda resta aquele amor. Aquele amor que um dia fez com que eu amasse tudo. Absolutamente tudo em você. Amar os seus defeitos que me faziam mal, mas que por fazerem parte de você, eram amados. Amar o seu jeito encantador, transparente, bobo… Seu jeito carinhoso, preocupado… Te amar assim, por inteiro, por tudo que você era, e é. Por esse motivo, eu não consegui. Não pude deixar que o dia passasse em branco, e tenho certeza que pela manhã vou ter me arrependido de mais uma vez ter tocado no assunto que hoje em dia só causa dor. De mais uma vez, ter cedido as barreiras que eu mesma impus, proibindo-me de pensar em você. Acho que vale a pena. Não por mim, ou por você… Por nós. Que pode já não existir, mas que continua marcado em mim.
Você odeia o dia 04. É. Foi a primeira frase impactante que li durante o dia… Todas as outras foram criadas pela minha cabeça. Quer saber? Eu também odeio. Eu odeio porque ele me lembra você, e me lembra o que nos éramos. E quer saber mais? Nós éramos ótimos juntos. Um casal feliz, companheiro, meigo… Um casal que tinha tudo para ficar junto, segundo muitos. Eu odeio o dia 04, pois ele me faz lembrar daquele maldito mês de maio, quando você, receoso, perguntou se eu queria ser sua. Eu quis. Por um tempo, eu quis. E talvez, pudesse querer de novo… Não hoje. Odeio o dia 04 , pelo simples fato dele intensificar tudo que ainda resta (que mesmo não sendo muito, ainda significa) e de me fazer aceitar que terminamos. Chegamos ao fim. Acabamos. Mas, de uma maneira masoquista, eu poderia passar mais milhões de dias 04 ao seu lado. Eu sei que valeria à pena. 
Talvez eu não te ame. Talvez você não me ame. Talvez daqui duas semanas, eu me torne seu passado, e você o meu. Talvez demore mais, ou menos. Mesmo assim, você devia saber que eu amo você. Eu amo tanto você, que pela primeira vez na vida, coloquei a felicidade de alguém a frente da minha. Acredite ou não, você é o primeiro por quem faço isso. Eu amo tanto você, que quando tudo estava desmoronando, eu me agarrei as poucas forças que restavam, e disse que tudo iria terminar bem. Eu menti. Você sabia, eu sabia. Nada terminaria bem. Eu queria dizer que sabia de tudo, e que talvez pudéssemos fazer dar certo de novo. Mas eu disse apenas que queria o seu bem… Que cedo ou tarde, as coisas iriam melhorar. Não iriam, não vão. Pelo menos não para nós, juntos.
Eu amo tanto você, que depois de dizer isso tudo, e fingir aceitar o fim como quem aceita algo indiferente, que não muda nada, eu chorei. Chorei por horas, dias, semanas… Chorei porque eu sabia que dessa vez seria diferente. Chorei porque enquanto eu chorava, você sorria com ela. Por ela. E então eu parei. Parei e prometi que nunca mais iria chorar por você. Talvez eu esteja quebrando essa promessa agora, escrevendo isso… Talvez eu esteja jogando no lixo todo o esforço que fiz nas últimas semanas para me manter inteira, viva. Mas é isso que eu faço, não? Eu não me importo mas com o meu orgulho, amor próprio, ou sofrimento… Eu, impulsiva e sem auto controle, permaneço perto de você.
Não quero que encare isso de maneira pessimista… Como se eu estivesse, como de costume, pedindo para que você volte. Não posso pedir por um amor que não me pertence mais. Não posso pedir por um alguém, que agora sofre por outra. Se parar para pensar, vai ver que eu não estou em posição de pedir nada. De fazer nada. Aceitar. Superar. Esquecer. É só isso que eu devo fazer. Não é fácil ignorar a sua voz que surge na minha cabeça sem permissão… Não é fácil ignorar as músicas, os filmes, os lugares… Os planos que tínhamos sonhado, as conversas intermináveis… Não é fácil ignorar que meu coração ainda sente sua falta. Não sempre… Não como antes. Mas ainda dói, e pensar nisso ainda me tira o sono. Mas ninguém disse que seria fácil, eu sei. Parte de mim, talvez, ainda nutre esperanças de que um dia qualquer, nós dois voltemos a ficar juntos. Perto. É uma pena que essa parte tenha o sobrenome ilusão. Eu só queria dizer que uma parte minha sempre vai ser sua… E que de todos os casais do mundo, eu e você sempre seremos o meu preferido. E que o meu esforço em abdicar da minha própria felicidade pela tua, não tenha sido inútil. Seja feliz. 

sábado, 13 de outubro de 2012

Sempre me disseram que se deve ser feliz de dentro pra fora. Pois se é assim, então eu não sou. Eu guardo sentimentos ocultos. Eu guardo melancolia. Eu alimento minhas nostalgia.
E em dias como hoje, desenterro todo o meu passado e brinco de voltar no tempo com as palavras. De mudar o que já acabou. De eternizar o que nem durou.
Talvez a vida seja mesmo isso. Guardar sentimentos.
Eu só não consigo entender como as pessoas conseguem com o tempo, simplesmente se desfazer de tudo isso. O tempo pra mim, não muda nada:  Deixar as coisas mais distantes só faz com que a minha vontade de alcançá-las aumente.
Sinto saudade de tudo aquilo que já passou. De todos os cheiros, de todos os erros e de todos os medos. Dos amigos que se foram. Dos idiotas que me fizeram aprender o que é sofrer.
Sinto falta de caber no banco de trás do carro dos meus pais. Do meu primeiro colégio e das suas exigências sem fundamento. Da minha professora do infantil que me faz acreditar que eu era diferente.
Sinto falta de tudo aquilo que tive que deixar, de tudo aquilo que me deixou antes mesmo de chegar. Dos abraços e das lágrimas que eu não deixei cair. Da cor do meu quarto quando o sol batia pela janela. Da música que tocava naquela viagem de família.
Mesmo sabendo o final da história, eu não faria diferente. Eu faria de novo. Pra sempre.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

"E uma compulsão horrível de quebrar imediatamente qualquer relação bonita que mal comece a acontecer. Destruir antes que cresça. Com requintes, com sofreguidão, com textos que me vêm prontos e faces que se sobrepõem às outras. Para que não me firam, minto. E tomo a providência cuidadosa de eu mesmo me ferir, sem prestar atenção se estou ferindo o outro também. Não queria fazer mal a você. Não queria que você chorasse. Não queria cobrar absolutamente nada. Por que o Zen de repente escapa e se transforma em Sem? Sem que se consiga controlar".

sábado, 6 de outubro de 2012


Oi pai, mãe… Como estão? Ah, que pergunta idiota a minha não é mesmo? Se vocês estão lendo essa carta agora, é porque eu já parti. Acreditem, foi melhor assim. Agora, nesse momento vocês devem estar se perguntando: “Aonde foi que nós erramos?” Mãe, pai, vocês não erraram. A culpa não é de vocês, eu simplesmente não estava aguentando mais. Viver já não era mais uma opção, e sim obrigação. Querem saber por que eu sempre andava de casaco? Bom, eu me cortava, sempre me cortei. Vocês nunca perceberam, eu também nunca me senti a vontade para contar-lhes sobre isso. Mãe, você até que acabou vendo alguns dos cortes, mas eu era boa em desculpas e você caiu direitinho. Vocês conhecem aquela frase “O suicídio começa por dentro”? Então, foi assim. Pai, você lembra que eu falei que já tinha tentado me matar? Bom, era verdade. E você me disse pra pegar a sua arma se eu quisesse mesmo me matar, obrigada pelo conselho. Mãe, pai, não peço a vocês que me entendam, não mesmo. Só queria que vocês soubessem que eu amo muito vocês, e que se eu aguentei até aqui, foi por vocês.
Com carinho, sua filha. 

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta. De sol quando acorda. De flor quando ri. Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda. Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete. Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher. O tempo é outro.  E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende a ver.

"Meu propósito agora é ser feliz"


Cara, eu chorei tanto por você. Mesmo sem razão, sem motivo, sem porque. Na cama, no quarto, no ônibus, no caminho pra casa. Tão inocente e boba, toda sentimental. Como eu pude? Eu te coloquei num pedestal tão inalcançável, tão brilhante e incontestável. Eu te martirizei, e foram tantas as vezes que achei que não era suficiente para estar sequer ao seu lado. Fui tão estúpida por acreditar que tinha sorte só por ter você na minha rotina. Caramba, menino. Eu cheguei a achar que você era todo perfeito, sem defeitos. Estava feliz só de saber que você ia sempre estar por perto, mesmo sem me dar valor. Mas eu estou tão cansada de você, sabia? De ter essa mania idiota de achar que você é o dono da verdade. E sabe, eu não aguento mais você. Porque agora eu tive tempo pra perceber que a sua vida vai continuar a mesma para sempre, comigo no seu dia a dia ou não. E quem vai seguir seu exemplo sou eu: não tem mais essa de viver tendo os outros como prioridade. Vou deixar você quebrar a cara sozinho, pra variar. Não sou mais aquela que vai dizer o que é certo ou errado. Não sou babá de garoto crescido, não vou mais tomar suas dores. Meu propósito agora é ser feliz, não sacrificar meu bem-estar pelo bom-humor de quem não aprecia os meus esforços.
Cataclismas

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Não sinto mais a tua falta, sentia falta mais de mim


Talvez não fosse amor, ou o amor apenas esfriou. 
E ontem percebi que algo realmente havia mudado. Você disse que deveríamos seguir caminhos completamente diferentes e que um futuro juntos não era o que nos esperava. Compreendi no mesmo instante, lágrimas quase que automáticas desceram sobre meu rosto e adormeci ali mesmo, sem dor alguma, sem vontade de correr atrás de uma ou várias chances de fazer tudo diferente. Acordei bem, esvaziada talvez. Aquele vazio que muitos dizem que fica, na verdade não existia em mim. Eu estava como antes, nem vazia e nem cheia a ponto de transbordar. Não sentia mais vontade alguma em chorar. Ouvi músicas que seriam nossas, vieram lembranças e mais lembranças, mas não senti nenhum aperto no peito como eu costumava sentir quando brigávamos. Assisti teu filme preferido, aquele meloso e romântico, sabe? Não nos imaginei ali, como antes. Na verdade mal consegui assistir o filme por inteiro, não por lembrar você ou nós, mas por ser realmente chato pra caramba. Senti o perfume de um carinha que estava sentado à minha frente no ônibus que era exatamente o teu e não me importei, não senti saudade de sentir teu cheiro em mim e até achei meio enjoativo aquele cheiro, deve ser porque só ficava bom em você, ou porque o “amor” ou o que quer que eu sentia, era além de cego, não tinha um olfato muito bom. Juro que eu tentei sentir algo, uma saudade, uma vontade de você, um aperto no coração por querer ouvir ao menos a tua voz… Qualquer coisa que seja, mas de nada aconteceu. Pensei nos nossos planos e apenas engavetei eles em minha mente, sem muita cerimonia ou dor no peito. Pensei nos nossos momentos e sorri, confesso que pedi para que alguns voltassem, mas logo esse pedido se foi quando lembrei de quantos momentos ruins também tivemos. Já não sinto a tua falta, mal penso em você como antes e não imagino mais um futuro ao teu lado como costumávamos imaginar juntos. Na verdade eu sentia falta de mim, de me sentir livre para pensar em coisas fora do seu redor, em não sentir como se tudo dependesse apenas de ti, como minha felicidade, mas que dependesse exclusivamente de mim. Talvez fosse melhor assim, talvez tivesse sido apenas uma paixão douradora e forte, ou talvez um amor que com o tempo foi se desgastando e ficando ruim de se sentir.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Eu ainda não sabia se estava apaixonada, até olhar no fundo dos teus olhos pela segunda vez. Eu não sabia que você, um ser só, tinha tudo o que eu poderia querer daqui a cem anos, ou agora. Eu me declarei para você naquele dia em que eu te pedi para que se cuidasse sozinho, apenas por enquanto. Eu me declarei quando disse aquele oi comum, mas com tanto sentimento. Me declarei para o amor da minha vida, quando na verdade, nunca te falei um oi, ou para se cuidar de verdade, me declarei quando tive vergonha de te dizer essas palavras, me declarei em detalhes. Não, não me declarei. Mas declaro aqui, quanto sou apaixonada pelo teus olhos castanhos, e pelo teu sorriso lindo, qual me lembro todo dia ao acordar, que me traz o paraíso. seuefeitococaina