sábado, 6 de outubro de 2012


Oi pai, mãe… Como estão? Ah, que pergunta idiota a minha não é mesmo? Se vocês estão lendo essa carta agora, é porque eu já parti. Acreditem, foi melhor assim. Agora, nesse momento vocês devem estar se perguntando: “Aonde foi que nós erramos?” Mãe, pai, vocês não erraram. A culpa não é de vocês, eu simplesmente não estava aguentando mais. Viver já não era mais uma opção, e sim obrigação. Querem saber por que eu sempre andava de casaco? Bom, eu me cortava, sempre me cortei. Vocês nunca perceberam, eu também nunca me senti a vontade para contar-lhes sobre isso. Mãe, você até que acabou vendo alguns dos cortes, mas eu era boa em desculpas e você caiu direitinho. Vocês conhecem aquela frase “O suicídio começa por dentro”? Então, foi assim. Pai, você lembra que eu falei que já tinha tentado me matar? Bom, era verdade. E você me disse pra pegar a sua arma se eu quisesse mesmo me matar, obrigada pelo conselho. Mãe, pai, não peço a vocês que me entendam, não mesmo. Só queria que vocês soubessem que eu amo muito vocês, e que se eu aguentei até aqui, foi por vocês.
Com carinho, sua filha. 

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