“Mas eu não posso
reclamar. É, não posso reclamar. Mas eu queria reclamar, conversar,
entender, decidir. Ou então gritar, berrar, rugir, enlouquecer até você
verbalizar uma improbabilidade tal como “garota, cala essa boca lotada
de marimbondos e pequenas palavras mal escolhidas e vê se escuta isso:
eu amo você demais”. Como fazem nas histórias da locadora que não temos
paciência de assistir, porque no fim a gente fica sabendo que assim como
amar, ser amado também é uma coisa que se aprende. E hoje, isso de amor
é muito blá.
Cansei de caçar seus verbos soltos, escudos de quem
acha que tem o gênio indomável sabendo que não passa de um daqueles que
enguiçam a raça humana. Se quiser vir, que seja sem esse egoísmo tão
“século-vinte-um” de trilhar caminhos pela metade, escapar pelos
canteiros e me deixar falando pelos cantos. Se for pra calar minha boca,
vem. Se for pra reescrever minha vida, vem. Mas que seja à caneta.”
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